sexta-feira, 28 de agosto de 2009

É muito babado!


Descubra como se faz o figurino de um espetáculo
de época com o figurinista da ópera “Romeu e Julieta”


Por Luiz Carlos Santos
Fotos: Elcimar Neves e Eliseu Dias / Agência Pará

Pode parecer estranho aos nossos olhos, acostumados a um mundo onde vestir-se tem de ser mais prático que tomar um copo d’água, um vestuário cheio de nuances, como babados, fitas, corpetes, bordados, acessórios e sobreposições. Esse tipo de roupa, que nos acostumamos a ver nos filmes, é o estilo predominante na maioria dos espetáculos de época. Voltando ao século XVI, quando a Idade Média dava lugar ao Renascimento e uma gama de novas ideias surgia no mundo, mergulhamos numa estética ainda mais elaborada, mas extremamente funcional.

Se hoje somos influenciados pelo que a novela mostra diariamente, a moda do século XVI baseou-se, em grande parte, na nobreza da corte espanhola. Estudiosos lembram que a maneira de se vestir sempre foi ditada pelas classes mais abastadas. A Europa, onde estava o centro do conhecimento, exportava o estilo, que, basicamente, era formado por tecidos negros, babados com fios de ouro e prata e decotes horizontais que exibiam as bordas da chemise, espécie de camisa, feita em linho ou algodão, usada por homens e mulheres, que tinha a função de proteger a vestimenta exterior do suor.

Segundo o fashion designer Thiago Cerejeira, autor do blog História da Moda (http://modahistoria.blogspot.com), também usavam-se golas altas e sóbrias, para dar o aspecto de uma postura rígida e elegante. Entre as mulheres, o estilo predominante era a cintura no centro do corpo, corpetes para definição da silhueta, com formato de cone invertido, as farthingales – tiras de metal unidas para armação das saias e efeitos – e os chapins, tamancos de cerca de 50 centímetros de altura, ricamente decorados.


Retratar essa época foi o desafio do figurinista Fernando Leite na composição do vestuário da ópera “Romeu e Julieta”, que abriu, no dia 14 de agosto, o III Festival Internacional de Ópera da Amazônia, em Belém, no Theatro da Paz. Chamado para, com seu traço particular, criar um visual que remeta à época em que a encenação se passa – exatamente o século XVI –, Fernando fez uma extensa pesquisa para identificar o que, como e por que as pessoas daquele tempo usavam tanta coisa.

“Como hoje, naquela época o vestuário era uma coisa que servia para diferenciar as classes sociais. Os nobres tinham figurinos cheios de detalhes que compunham um conjunto rico em camadas e os mais pobres se vestiam de maneira mais simples. Na ópera, a nobreza é representada, sobretudo, pelas damas, que ganharam as roupas mais elaboradas”, conta Fernando, que tem nada menos que 15 óperas no currículo.

O público poderá ver, numa cena de baile, cinco mulheres nobres, que usarão máscaras, perucas exuberantes e enormes – com cabelos vermelhos e que chegam a 50 centímetros de altura –, cintos, sapatos altos e o farthingale. “Claro que o farthingale não será visto”, brinca o figurinista, revelando que a pesquisa para o figurino foi extensa. “Não é uma época muito comum e presente no nosso dia-a-dia”, justifica.

Um detalhe importante, especificamente destacado pelo diretor cênico, William Ferrara, são as fitas que as mulheres vão segurar nas mãos. “É uma peça delicada, que faz um belíssimo efeito sob as luzes. Usamos nesse conjunto muitas cores, para dar o efeito desejado”, antecipa.


“Romeu e Julieta” tem mais de 150 peças de roupa e outros 200 acessórios. Só capas pretas são 55, todas compradas no comércio local. Para a produção, aliás, 90% do material foram comprados em Belém, assim como a mão-de-obra é, em sua maioria, paraense. A equipe de sete costureiras e três aderecistas uniu forças no ateliê de Hélio Alvarez, responsável por grande parte dos figurinos dos espetáculos produzidos no Pará.

A criatividade é a maior aliada na hora de pensar no que comprar para fazer um vestido luxuoso da era elizabetana sem os tecidos nobres da época, como a seda. “Fui ao comércio de Belém e achei quase tudo lá. Tive de pensar em cada peça no momento em que pegava o material, para fazer figurinos que, além de bonitos, têm de ser funcionais, pois temos, durante o espetáculo, trocas de roupa que precisam ser feitas em menos de 30 segundos”, revela.

Para criar a identidade visual, Fernando Leite usou o recurso dos tons distintos para cada grupo de personagens, estratégia emprestada da semiótica para que o público identifique de imediato a que família aquele personagem em cena pertence. Assim, Montecchios e Capuletos aparecerão em cores contrastantes, o que vai ajudar o público a identificar os mais de 150 integrantes do espetáculo, que estarão em cena ao mesmo tempo em determinados momentos da apresentação.


Julieta – que veste pelo menos cinco vestidos durante a ópera – vai desfilar em tons quentes, enquanto os Montecchios, da família oposta, serão vestidos em tons frios. Os serviçais usarão cinza e as senhoras nobres, roupas luxuosas e cheias de detalhes. O único que vai aparecer inteiramente de vermelho, um meio termo entre as tonalidades usadas nos demais personagens, é o senhor Capuleto.

O paulista Fernando Leite começou em 1989, ainda como aderecista, para depois se tornar assistente de figurino e, em seguida, figurinista. Participou da produção de óperas em cidades como São Paulo e Manaus (AM), além de Lisboa, em Portugal. No Pará, este é a quinta montagem de que participa. Fazer ópera em Belém, diz, é um prazer maior pela oportunidade de se apresentar no Theatro da Paz, celebrado por artistas de todo mundo pela beleza e arquitetura. “Espero que o público goste das roupas que vamos apresentar, que não são mais a moda das ruas, mas ainda fazem o estilo de personagens que nos emocionam e enternecem”, finaliza Leite.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Polo Joalheiro abre inscrições gratuitas para Simpósio Internacional

Estão abertas as inscrições para o “Simpósio Internacional Técnico Científico do Setor Joalheiro: Diálogo entre Arte, Design de Joias e Patrimônio Histórico Cultural”, que será nesta quarta-feira (26), a partir de 8 horas, no teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas.
Com a presença de dois profissionais de renome internacional nas áreas de design e joalheria, Stefano Ricci e Claudio Franchi, representantes da tradicional escola italiana de ourivesaria, o simpósio é destinado a todos os segmentos do setor joalheiro e a alunos e professores dos cursos de Design, Artes Visuais, Arquitetura, Marketing, Comunicação, História, Administração e Turismo.
Programação – O ourives italiano Claudio Franchi abordará o tema “Leitura da arte para a cultura de projeto”; o italiano Stefano Ricci, designer de jóias, arquiteto e professor da Universitá Di Roma La Sapienza, falará sobre “A centralidade do projeto”; a professora, historiadora e arqueóloga Edith Pereira, do Museu Paraense Emílio Goeldi, trará o tema “A arte indígena da Amazônia – da pré-história ao design moderno de joias”; a historiadora Lélia Maria da Silva Fernandes, diretora de Patrimônio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), vai falar sobre “Preservação cultural e sustentabilidade”; e a professora Rosângela Gouvêa, designer de joias e professora da Universidade do Estado do Pará (Uepa), é a responsável pela palestra “Apropriação do imaginário paraense pelo design de joias”.
Serviço – As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico e Organizacional (NDTO), no Espaço São José Liberto/Polo Joalheiro do Pará, de 9 às 18 horas, ou baixando a ficha de inscrição do blog do polo e enviando para coordenacaondto.igama@hotmail.com. O espaço fica na praça Amazonas, s/n, bairro Jurunas. Informações: (91) 3344 3518.
Texto: Ascom - Igama

terça-feira, 18 de agosto de 2009

PBFD - Ellus





PBFD - Damyller

Com desfile bem alinhado, suave e lúdico, a Damyller apresentou no PBFD looks soltos e confortáveis, bem ao tema da coleção, que se baseia em sonhos.

Roupas com modelagem ampla evidenciam ainda mais o tema abordado. Calças saruel e macacão harém estiveram presentes na coleção, que veio pontuada com detalhes balonê e caldas nos vestidos. Calças claras em denim compuseram os looks masculinos.

Cores pastéis variam dos azuis e rosas aos tons de especiarias. Marcaram presença no desfile, inclusive nos looks masculinos, os colares tipo cachecol, que reforçaram ainda mais o aspecto lúdico da coleção. Fotos de Mari Chiba.








segunda-feira, 17 de agosto de 2009

PBFD - Kattleya




PBFD - Portfólio




PBFD - Sport Show

Na passarela do PBFD, modelos e atletas mostraram um pouco da diversidade de produtos que a Sport Show oferece, de acordo com as modalidades esportivas. Apresentou, de início, um look para ciclistas, e a modelo teve de manter a desenvoltura, mesmo carregando uma bike na passarela. Isso mostra que a marca tem, além de roupas, equipamentos de última tecnologia, como bikes de alumínio e fibra de carbono, muito mais leves que as convencionais (que chegam a ter 6,8 quilos). Imagens de Mari Chiba.



domingo, 16 de agosto de 2009

PBFD - Adji

A Adji mostrou variedade nos produtos da marca. Começou com o quadriculado e tons verão, como laranja, seguindo com looks mais casuais nas cores azul, vermelho e branco - predominando listras e cortes geométricos -, e finalizou com tons naturais, que variaram do musgo ao areia. Camisas na mão dos modelos pontuaram todo o desfile, mas o momento chave da Adji, além da participação do ator Roger Gobeth, foi adaptar roupas masculinas para o uso feminino. Confira. Fotos de Mari Chiba.



PBFD - Epidemia

Detalhe no acabamento das golas e alças foi o que marcou a coleção da Epidemia. A marca trouxe cores que variaram do branco até o marrom, passando pelo bege, salmão e musgo - quase todos lisos e algumas estampas étnicas. O foco predominou nos cortes e caimento. O dourado dos acessórios compôs os looks e deu brilho e elegância à marca.








PBFD - Gregory