sexta-feira, 29 de maio de 2009

O poder da chuva

Foto: Mari Chiba

A chuva quando cai,
Hidrata o alimento
Molha a plantação
Só ela mata a sede
E livra o coração do mal

Água que Deus dá
Santa água que nos cura da dor
Oxigena nossa mente e nossa alma
Nos rega mãe água
Lava esse corpo bonito
Com água de flor.

O poder da chuva - Macucos

terça-feira, 26 de maio de 2009

Abertas as inscrições para o concurso de modelos do shopping Pátio Belém. Para mais detalhes, vejam o blog do Caixa de Criadores, de onde pegamos a dica.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

No vento, a liberdade


por Isaac Lôbo
Foto: Klébeson Moura

Foram seis horas em um ônibus confortável e climatizado e uma hora em um veículo aberto, uma jardineira, com tração nas rodas e bancos de metal - nada de conforto. Entretanto, a diferença entre os dois não estava apenas no tempo de viagem e nos aspectos físicos, mas também naquilo que nos permitia, enquanto passageiros, sentir.

Sob um sol intenso, descemos do ônibus rumo à jardineira, em Jijoca de Jericoacoara, Ceará. Além de nós, gringos e aventureiros de todo tipo também subiam no veículo sem portas, com dificuldade. O destino: Jericoacoara.

Deixamos as ruas pavimentadas do município para enfrentar o chão de areia fina - uma imensidão de areia, na verdade. Sem sinais de ocupação, a paisagem era cheia de vida, com o barulho das ondas do mar quebrando na areia e o vento forte me fazendo esquecer que, há minutos, suava.

Esqueci também da longa viagem que fizemos e do desconforto da jardineira. Aquele momento, aquele clima, aquele ar me incluía na paisagem, permitindo uma liberdade que, até então, eu desconhecia.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Delícia de maldade

por Luiz Carlos Santos

O enredo bobo de “O diabo veste Prada” é apenas um pano de fundo sem graça para o desfile de um elenco talentoso, liderado por Meryl Streep. É por causa dela que vale a pena aturar as lições de moral da roteirista Aline Brosh McKenner (Leis da Atração), que transformou Andrea “Andy” Sachs (Anne Hathaway) numa pós-adolescente tardia que, em plena Nova York do século XXI, tem sonhos de contos de fada que deixam a Cinderela no chinelo

Não me entendam mal: o idealismo da moça é louvável, mas tão exagerado que ela, presumidamente inteligente, não sabe aproveitar a grande oportunidade que cai em suas mãos para, a partir daí, poder construir uma promissora carreira. A história já conhecemos: Andy é uma recém-formada jornalista do interior que decide tentar a sorte na maior cidade dos Estados Unidos. Tem amigos divertidos – e muito estereotipados – e um namorado devotado. Veste-se extremamente mal, embora, no filme, ela se classifique como “casual”.

Esse estilo despojado, ou a total falta de um, é logo aniquilado por Miranda Priestly, nada menos que a editora executiva da Runaway, a revista de moda mais importante do mundo, temida pelo cargo que ocupa e, mais ainda, pela dura personalidade, coisas que podem acabar com a nova coleção de qualquer estilista. Andy fica cara a cara com a megera numa entrevista de emprego – e logo é colocada devidamente no seu lugar.

As desventuras da repórter aspirante a escritora são uma espécie de biografia da jornalista Lauren Weisberger, ou antes dos meses em que trabalhou com a chefe suprema da Vogue americana, Anna Wintour. Os bastidores dessa relação, como quase tudo que acontece nos Estados Unidos, viraram livro que, novamente na América, é sempre material para um filme.

Quando Meryl Streep aparece, começa o verdadeiro desfile do filme. Por mais injustas que sejam as atitudes da maligna editora, não vemos a hora de ela voltar à tela para nos divertir. Com gestos meticulosamente construídos, a atriz passeia toda vez que aparece, compondo uma daquelas bruxas que adoramos adorar. Ela confere a Miranda tanta competência e expertise em seu ofício que seus meneios e humilhações, embora nos causem indignação, soam plausíveis, e não é qualquer um que conseguiria esse efeito.

A composição da fascinante personagem transcende o roteiro fraco. Mesmo com o apelo sentimentalóide – que tenta humanizar o “diabo” –, a atriz não deixa o momento representar um desleixo da sua personalidade. A ausência de sorrisos durante todo o filme, exceto quando Miranda usa os treinados para situações-chave, revela ao espectador mais atento uma tristeza profunda, tornando a malvada editora um ser de carne e osso, por quem acabamos sentindo afeição.


Ser má, para ela, é apenas cobrar tarefas que seus funcionários, por total incompetência, não conseguiram realizar. Ao dirigir a palavra a alguém, ela nunca altera o tom de voz. Mantém-se austera e sóbria sem demonstrar qualquer emoção, enquanto exige que sua assistente encontre aquele papelzinho que ela usara um dia antes e que contém uma informação fundamental.

O filme, porém, é previsível e cheio de clichês, com lições de auto-ajuda descartáveis e a fórmula de comédias românticas bobas. É salvo mesmo pelas atuações. Os coadjuvantes também são divertidíssimos. Emily Blunt, que faz a primeira assistente, e Stancley Tucci, uma espécie de produtor da revista, encarnam na medida certa o tom debochado que permeia os bastidores de uma indústria que é um mistério para muitos. Sempre com um ar arrogante e irônico, eles nunca resvalam na caricatura. Com tudo para odiá-los, acabamos simpatizando com eles.

“O diabo veste Prada” tem outro mérito, ao apresentar um argumento convincente sobre a importância do mundo da moda, embora não se aprofunde em desvendar mais mistérios desse fascinante universo. Faz, aliás, uma reverência a um cenário que, em geral, é tratado com ironia e sem importância, como algo fútil, embora milionário. O melhor momento do filme é exatamente quando Miranda, em poucos segundos, explica à recém-contratada Andy que o suéter mirrado que ela está usando já foi, um dia, uma peça apresentada num dos desfiles e sessões de fotos que ela tanto esnoba.


Hathaway também faz um bom trabalho ao mostrar a evolução de sua personagem, que, mesmo tendo resgatado os “valores morais” colocados como contraponto à maldade do diabo, não é a mesma do começo do filme. O banho de loja que a moça recebe a cobre não só de roupas, mas também do verniz que reluz em todos os que se envolvem com o mundo da moda, dadas suas devidas proporções.

Seu ego faz um vai-e-vem dentro do dilema exposto no filme, o que se revela bom para ela. E, justiça seja feita, Andy sempre cativa, esteja mal vestida e desajeitada, esteja deslumbrante em sapatos Gucci. Ponto para moça, que não é apagada em nenhum momento pela monstruosa presença de Meryl Streep. Detalhe também para o figurino de Patricia Field, indicado ao Oscar, cheio de referências a peças clássicas de grandes estilistas. É um espetáculo!

O diabo veste Prada

The devil wears Prada, EUA, 2006

Comédia, 109 min.

De David Frankel

Com Meryl Streep, Anne Hathaway, Emily Blunt, Adrian Garner, Stanley Tucci.


quarta-feira, 20 de maio de 2009

"Caleidos" de Nádia Polimeni

Texto e foto: Mari Chiba

Essa é Nádia Polimeni, uma argentina que, em tempos de crise econômica e política, nos primeiros anos desta década, saiu do país de origem para andar mundo afora. Colocou a mochila nas costas e, de cidade em cidade, chegou em Jericoacara, no Ceará - reduto de outros “malucos” como ela -, e por lá ficou.

Em "Jeri", quase tudo parece ser imbuído, impregnado de muita leveza. Com Nadia também é assim. Trocou a andança, carregando brincos, colares, e quadros, por uma loja própria, a Caleidos, referência às imagens de caleidoscópios.

O espaço funciona também como ateliê para produção das peças, feitas quase todas de madeira e sementes. Tudo pintado à mão. A simpatia e a hospitalidade ultrapassam a característica de quem quer vender. O astral de Nadia é absorvido em seu trabalho. Um pinico vira facilmente uma luminária: simples, colorida, e bonita.

terça-feira, 19 de maio de 2009

segunda-feira, 18 de maio de 2009

sábado, 16 de maio de 2009

Símbolos da maternidade em “Naturalmente Mãe”

Em pingentes, anéis, colares e brincos, joalheiros do Espaço São José Liberto retrataram os símbolos da maternidade. São 70 peças, em ouro, prata, gemas minerais e orgânicas, que compõem a exposição "Naturalmente Mãe", aberta à visitação até este domingo (17), no espaço de exposições da Casa do Artesão, de 9 às 19 horas.

Fonte: Agência Pará

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Neste sábado (16), sete marcas apresentam novidades, em desfile, na Festa Liquifashion, no Café com Arte. Para mais informações sobre os eventos de moda em Belém, visite o blog do Caixa de Criadores.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Lingerie, fotos e desastres


por Luiz Carlos Santos


O mundo fashion, invariavelmente, é tema farto para filmes que, ora se querem sérios e imponentes, como uma coleção de inverno sem muita cor, ora escracham e resvalam para comédias espirituosas e absurdas. Poucos são os que conseguem alcançar ao menos um desses objetivos. Em geral, reforçam o estereótipo do fútil e blazé que assombra o universo da moda, entregando ao espectador uma peça feia feita com material que poderia render um deslumbrante vestido. Este simpático “Amor e outros desastres” (EUA, 2008), de Alek Keshishian, usa os maneirismos de uma comédia romântica de forma inteligente, tendo como pano de fundo cetins, rendas e a lingerie de Brittany Murphy.

Com aquela sagacidade que nos acostumamos a encontrar em autores como Oscar Wilde – cujos epigramas ressoam aqui e ali nas bocas dos personagens –, é uma delícia acompanhar um filme sem grandes pretensões que diverte sem o menor esforço. Numa genuína comédia de erros, somos apresentados a Emily “Jacks” Jackson (Murphy), cuja vida amorosa não é das mais tranquilas. Sem ter alguém de verdade, contenta-se com um relacionamento desgastado com o ex e em ajudar os amigos em suas aventuras amorosas.

Mesmo assim, diferente de muitas heroínas do gênero, Jacks é alegre, engraçada e carinhosa. Nada de rancor ou auto-indulgência. O diretor-roteirista não faz da moça uma infeliz que não sabe saborear as outras coisas que tem. Ela se delicia com os amigos – em reuniões que são pontos-chave do filme – e tem verdadeiras crises de riso com as situações mais banais. Além disso, é uma americana descendente de latinos, o que faz com que saiba dançar tango e falar espanhol.

Trabalhando como editora-assistente das sessões de fotos da Vogue britânica, ela conhece Paolo Sarmiento (Santiago Cabrera), um charmoso ajudante do mais temido fotógrafo da revista. Logo sua fértil imaginação e um olhar treinado para as aparências a fazem pensar que os dois têm um caso. Sem perceber que o rapaz se apaixona por ela, ao presumir que ele é gay, Jacks planeja apresentá-lo a seu colega de apartamento, Peter Simons (Matthew Rys), jornalista e aspirante a escritor que sofre com os mesmos desencontros amorosos.

Peter é um romântico que consegue assistir várias vezes a “Bonequinha de Luxo” (EUA, 1961) e, cada vez, justificar isso com uma desculpa esfarrapada, do tipo “Estou fazendo anotações para o meu trabalho”, debulhando-se em lágrimas. Bonequinha de Luxo é uma das principais referências do filme, de roupas a filosofias como a do amor romântico e ideal. Como um conto moderno, leva-nos à reflexão sobre ideais que sempre tivemos como inabaláveis.

O romantismo do rapaz, aliás, beira o absurdo, mas, para românticos como eu e, certamente, você, é uma graça. Por quê? Ora, Peter acha que encontrou o amor da sua vida no saguão de um hotel aonde fora fazer uma entrevista. Esbarra no homem – um tipo irresistível, apresentado numa cena de novela – e sai dali extasiado. Sem ter trocado uma palavra com o galã, começa a projetar nele seu sonho de amor.

Para ajudar o amigo, Jacks e Tallulah Wentworth (Catherine Tate, ótima) descobrem quem é seu objeto de desejo. Como o nonsense é a espinha dorsal do filme, arranjam encontros e situações que, claro, não dão certo. Enquanto isso, Jacks está numa pendenga sexual com o ex, com Paolo ao lado tentando conquistá-la. Antes disso, porém, o assistente precisa contar a ela seu “segredo” – e curioso como o diretor inverte as situações ao fazer com que o personagem mais masculino do filme tenha medo de revelar que não é gay.
Muita gente acha que a intenção era fazer um “Bonequinha de Luxo” pós-moderno, mas é bobagem acreditar que alguém, algum dia, achará que pode imitar um clássico como esse – e acredito na inteligência do diretor de “Na cama com Madonna” (EUA, 1991) para fugir de tal armadilha. As referências são, na verdade, uma grande homenagem a uma obra fundamental para amantes de moda, romance e, sim, as luvas e piteira de Audrey Hepburn.
“Amor e outros desastres” também dá um recado: julgar as pessoas pelas aparências pode ser perigoso, mesmo que isso seja difícil, especialmente num universo onde o que se vê é mais importante do que se sente. Todos sentem na pele as dores que o pré-julgamento pode causar: Paolo, confundido com homossexual, Jacks, que Paolo, por sua vez, acredita ser fútil e vazia, e os inúmeros amores utópicos de Peter, que sempre aparecem em sonhos irrealizáveis. Erros que cometemos no caminho dessa história chamada de amor.

Indicado para quem não quer quebrar muito a cabeça, o filme também é uma ótima pedida do tal cinema da diversidade, subgênero criado para identificar obras em que personagens gays desempenham papéis importantes na trama. Com diálogos divertidos e sem ser uma obra-prima, diverte na medida certa. E se você não perde uma comédia romântica, deve conferir.

Em tempo: reparem nas pontas engraçadíssimas de Gwyneth Patrow e Orlando Bloom, na conclusão metalinguística da fita, recurso que, embora não seja novo em cinema, é usado de maneira original. Saiu direto em vídeo, mas vale muito a pena.

Amor e outros desastres

Love and other disasters, França, Reino Unido, 2006

Comédia, romance, 90 min.

De Alek Keshishian

Com Brittany Murphy, Mathew Rhys, Santiago Cabrera, Catherine Tate

terça-feira, 12 de maio de 2009

Evento

Será nesta quinta (14) e sexta-feira (15) a 9ª edição do Encontro Paraense de Moda e Artesanato, a partir das 19 horas, no Teatro Estação Gasômetro. No evento, haverá palestras sobre moda e desfile de marcas locais. Os interessados em participar devem levar um quilo de alimento não perecível.

sábado, 9 de maio de 2009

Exposição "Rosas" homenageia o universo feminino

As rosas, nas suas mais variadas tonalidades, sempre foram associadas à condição feminina. Seja como presente, em belos buquês, ou nos próprios nomes das mulheres. Por isso, a designer Selma Montenegro resolveu concentrar nesse símbolo de feminilidade a sua homenagem às mães.

Na exposição individual de adornos da designer, intitulada "Rosas", montada na Casa do Artesão, no Espaço São José Liberto, ela mostra em colares, broches e até chaveiros, a criatividade no aproveitamento de um elemento característico da cultura regional: o miriti.

A exposição está aberta à visitação até 24 de maio (domingo), de terça a sábado, de 9 às 19 horas, e aos domingos, de 10 às 19 horas.

Texto: Ascom - Igama
Foto: Divulgação - Igama
Fonte: Agência Pará

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O corpo é a mensagem

Foto: Mari Chiba

Os sapatos, possibilidades.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Com criatividade e bom humor


Para alguns, não basta apenas colocar máscaras no rosto para se proteger contra o vírus A H1N1, causador da gripe que ficou conhecida como Suína: é preciso ter estilo e relaxar diante da questão com um pouco de humor.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

terça-feira, 5 de maio de 2009

Singular...

por Klébeson Moura
Foto: Yorrana Maia

Bolas de bilhar, um pinguim de geladeira, cadeiras diferentes uma das outras. Hoje abrem as portas, ali na travessa Aristides Lobo, no bairro do Reduto, quase na esquina da travessa Quintino Bocaiúva, a loja Yorrana Maia. Sim, uma loja e não um bar - mesmo que a descrição acima possa fazer a imaginação voar para a lembrança tenebrosa de um bar chinfrim de esquina.
Yorrana Maia, que também é o nome da designer e estilista da marca, é o contrário disso tudo. É um ambiente que costura elegância, com harmonia e simplicidade. A marca pontua, e muito bem, elementos de estilo e design.
No local, ficam evidentes conceitos do design como, por exemplo, um dos fundamentos da Psicologia da Gestalt: a pregnância da forma - propõe que percebemos mais facilmente as formas simples e equilibradas.
O ambiente nos faz perceber, de imediato, o bom nível que a marca tem; a busca por produtos inovadores e com diferencial, que é a base teórica aplicada aos projetos da marca. Yorrana Maia chama atenção não pela extravagância, mas pela particularidade da marca retratada nos detalhes.
Serviço: a loja da marca Yorrana Maia fica na travessa Aristides Lobo, loja nº 2, esquina com a travessa Quintino Bocaiúva.

Vestir acessórios


por Isaac Lôbo
Foto: Divulgação Cori

A palavra acessório, além do significado relativo à moda, traz consigo tantos outros atributos. Se no dicionário Aurélio acessório é “cada uma das peças ou objetos que contribuem para a harmonia do vestuário, ou da decoração de um ambiente, quer como complemento, quer como adorno”, as idéias de secundário, de suplementar, de não fundamental ainda podem rondar o imaginário coletivo.

Quando se trata de moda, os acessórios já não são mais tão acessórios – são fundamentais. Em algumas coleções mais contidas de inverno, os colares, brincos, pulseiras e anéis ganham destaque, sendo, inclusive, o foco do look. No caso da imagem acima (coleção inverno 2009 da Cori), o colar faz parte do todo e o vestido precisa ser muito discreto, claro.

A Cadicoisa também aposta nos super “acessórios”, tanto que na coleção de 2008 desenvolveu colares de tecido e chales fechados - para se integrar às roupas (imagem abaixo).

Veja imagens dos acessórios de grandes marcas na coluna de moda da Revista Paradoxo.

Foto: Rogério Uchôa

segunda-feira, 4 de maio de 2009