quarta-feira, 23 de setembro de 2009

"Invencionices"

Por Lorena Filgueiras

O convite veio e foi prontamente aceito! Nada mais natural, em se tratando dos fofos da Cadicoisa – blog pelo qual tenho uma verdadeira paixão. Então, permitam-me que me apresente: Lorena Filgueiras, a mais nova colaboradora, fã, tiete mesmo da Cadicoisa.

Costumo brincar com essa coisa de apresentação, porque sempre rola uma timidez inicial. Sou uma apaixonada por cores e sabores e, há dois anos, mantenho uma cozinha virtual: o Tomato & Potato, blog que é meu xodó, minha terapia, enfim, meu espaço íntimo e pessoal. Mas é nesse espaço que gosto de receber meus amigos. Aliás, não me faltam comensais, todos queridíssimos. Bom, sem delongas, vamos ao que interessa, porque comer é preciso!

A proposta chegou em tom de desafio: mexer num clássico, fazendo uma nova leitura, ousando bastante e modificando o Tiramisú – a sobremesa italiana que ganhou o mundo e que nasceu com o propósito de conquistar. Explico: as cortesãs de Veneza acreditavam no poder “afrodisíaco”, revigorante do doce e o consumiam antes de receber os cavalheiros. O nome, em italiano, dizem especialistas, seria uma corruptela do italiano e significaria algo como ”escolha-me” ou “coma-me”.
Alguns doceiros dizem ter criado o doce em homenagem a Cosimo III, na ocasião de sua visita a Siena. Hoje em dia, o bolo é caracterizado por um gosto intenso e delicado. Para prepará-lo, seguindo a receita original, alguns ingredientes eram necessários: biscoitos Savoiardi, ovos, açúcar, rum e cacau. Na receita original não havia licor, já que destinava-se às crianças e idosos. Há quem diga que o Tiramisú surgiu no final da Segunda Guerra, quando as mulheres faziam o doce para seus maridos levarem para o front – já que notadamente ela é uma fonte de energia.
O pavê italiano é a sobremesa predileta do Papa Bento XVI – como mexer no que é imexível (lembrei do Magri, enquanto escrevia este texto), quase sacro, celestial? Foi lendo uns livros antigos de receitas, que vi uma versão britânica do Tiramisú, feita com frutas vermelhas, sem abrir mão do café, do cacau, o que me inspirou a buscar uma desconstrução completa. Originalmente, o doce é feito com queijo mascarpone (bem caro para os padrões brasileiros. 250 gramas custam em torno de 50 reais), ovos, cacau.
A ideia foi maturada por uma semana completa. Os ingredientes já estavam comprados, faltava uma “cobaia” – alguém com um paladar não muito doce e, principalmente, disposto a enfrentar algo novo. Um querido topou sem fazer perguntas (meu perfil predileto!). Fiz a versão em copinho e é claro que eu mexeria no produto final, se pudesse (mas o farei novamente, nos moldes de um Tiramisú tradicional), faria em camadas, deixaria sob refrigeração por mais tempo. Fiz um coulis de morango com vinho, utilizei amêndoas e castanhas em pedaços, no lugar dos biscoitos Savoiardi (ou champanhe, na falta dos originais), mas não abri mão do mascarpone. Não utilizei álcool, mas admito que um licor faria toda a diferença.
Copinho pronto, veio a hora do teste. O doce “não-doce” foi consumido inteiramente (ah, sem exageros, era pouco menos de 200 gramas), com a observação de que as amêndoas e castanhas podiam vir entre as camadas e não no fundo do copo, como optei. Vamos à receita?
Tenha em mãos o mascarpone. Se não tiver, não há problema – utilize o cream cheese batido com um pouco de creme de leite. Castanhas e amêndoas picadas. Tudo muito prático. Talvez você demore um pouquinho com o coulis e optei pelos morangos, porque ainda não é tempo das cerejas frescas ou porque as berries não sejam acessíveis.
Ingredientes
250 gramas de morangos bem lavados e picados
½ xícara de açúcar cristal (pode ser mais ou menos, depende do seu paladar)
½ xícara de vinho tinto seco
Modus operandi
Frigideira (sim, frigideira!) antiaderente

Leve a frigideira ao lume e deite nossos morangos; sobre eles, vá salpicando o açúcar, até que o morango comece a soltar um líquido de um belo vermelho. Adicione o vinho e deixe cozinhar por não mais que 6, 7 minutos. Mexa delicadamente. Desligue e deixe esfriar. Fica por sua conta usar um mixer e coar ou deixar o coulis com pedaços. Fiz a segunda opção.



Num copinho ou numa forma, vá alternando as camadas, com as castanhas, o queijo mascarpone e o coulis. Leve à geladeira por umas 6 horas, no mínimo, antes de servir. Ah, e não esqueça que a liberdade de desconstruir um clássico, elaborando uma nova proposta, deve ter muito bom humor, descompromisso e gente disposta a experimentar entre os ingredientes. Ah, vai que a lenda é verdadeira e você potencializou o poder de conquista...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Lorena Filgueiras: a nova colaboradora do blog

A jornalista Lorena Filgueiras, especialista em Língua Inglesa e gourmet, é a nova colaboradora do blog da Cadicoisa. Com seu bom humor e elegância, Lorena falará sobre gastronomia e nos proporcionará belas (e saborosas) experiências, deixará o blog mais colorido e, tenho certeza, vai nos fazer sentir cheiros e sabores por meio da tela do computador. Lorena mantém o blog Tomato & Potato. Confira!

sábado, 19 de setembro de 2009

Novo cineclube em Belém


Belém ganha um novo cineclube: o InovaCine Fapespa – resultado da parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa), a Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC) e o espaço cultural Ná Figueredo.

No espaço, o cinema brasileiro, o cinema documental e o cinema local norteiam a programação, que inicia no dia 28 de setembro. O filme de estreia é “Cabra marcado para morrer”.

As sessões do cineclube ocorrerão quinzenalmente, sempre nas segundas-feiras, às 18 horas, no espaço Ná Figueredo (avenida Gentil Bittencourt, 449). No total, dez filmes serão exibidos até o dia 21 de dezembro de 2009.

Programação

28/09 - Cabra Marcado Para Morrer. Eduardo Coutinho. 85. p/b & cor. 119’.

12/10 - Serra Pelada – esperança não é sonho. Priscila Brasil (curta). F for Fake. Orson Welles. 75. 85’. Comentários: Priscila Brasil.

26/10 - Eles Não Usam Black Tie. Leon Hirszman. 81. Cor. 120’.

09/11 - Outras Histórias. Darcel Andrade e Wilza Brito (curta). Filhos do Paraíso. Majid Majidi. 97. Cor. 89’. Comentários: Darcel Andrade.

23/11 - Serras da desordem. Andrea Tonacci. 06. p/b & cor. 135’.

07/12 - Açaí com Jabá. Alan Rodrigues, Marcos Daibes e Walerio Duarte (curta). Estômago. Marcos Jorge. 07. Cor. 113’. Comentários: João Inácio.

21/12 – Iracema - uma transa amazônica. Jorge Bodanzky e Orlando Senna. 76. Cor. 91’.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Selinhos virtuais

Foi com surpresa que recebemos os nossos primeiros selinhos virtuais. Recebemos um recado, no nosso blog, da Silvana (http://estudiopomar.blogspot.com/), dizendo que havia selinhos carinhosos para gente no blog dela.

E foram três de uma vez só!!! Receber selinhos é muito bom... é uma forma de reconhecimento. Mas o que nos deixou mais feliz foi receber da Silvana, que admiramos bastante. Sil, muito, muito obrigado!

Vamos aos procedimentos?

- Cinco coisas que mais gostamos na vida e indicar um produto Natura que uso:

1- Viajar
2- Família e amigos
3- Descansar em uma rede, de frente para a praia
4- Comidas gostosas
5- Comunicação e moda

Produto Natura de uso diário: perfume Essencial


Nossas indicações de blogs (ordem alfabética)


Exposição


"Lapidando o olhar - o Marajó em outros traços e novas formas" é o tema da exposição das artistas de Marcilene Rodrigues e Leila Salame, aberta à visitação até 18 de outubro, no Espaço São José Liberto / Polo Joalheiro do Pará. Com 35 peças em ouro, prata e gemas minerais – algumas lapidadas com grafismos marajoaras -, a exposição pode ser visitada de 9 às 19 horas (de terça-feira a sábado) e de 10 às 19 horas (aos domingos).

Fonte:
http://www.saojoselibertoigama.blogspot.com/

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cinema, internet e dicas na revista Degradê da Moda

A revista eletrônica Degradê da Moda está atualizada. Nesta edição, o Fashion Downtown, que começa dia 21 de setembro; a estreia, em novembro, do documentário que conta a vida do estilista Yves Saint Laurent; a primeira rede social de moda na internet, a byMK; e as dicas da colunista Jumara Cardoso, com Audrey Hepburn e Grace Kelly. Acesse a revista aqui.

domingo, 13 de setembro de 2009

Chatice vestida de grife

“Sex and the city – o filme” não faz jus ao divertido seriado da TV americana



Por Luiz Carlos Santos
Fotos: Divulgação

Tudo o que fez a delícia da série “Sex and the city” (2008) parece ter sumido do longa-metragem dedicado às quatro amigas bem-sucedidas, moradoras de Nova York e amantes do mundo fashion. O longa-metragem dedicado ao sucesso do canal pago HBO – exibido entre os anos de 1998 e 2004 – é um desfile, infelizmente de clichês, não de estilo. Chato, pedante, vazio e confuso, o filme não diverte e ainda faz a gente se perguntar se o destino de toda mulher de 30 é se tornar modorrenta aos 40. Você ainda fica boiando caso nunca tenha visto um episódio sequer na TV.

O melhor do filme nem é do filme. Trata-se da trilha sonora, essa sim gostosa e cheia de pontos altos. The Weepies, Duffy e Al Green – com a bela “How can you mend a broken heart” – pontuam diversos momentos do longa. Aliás, longo mesmo: alguém sabe explicar por que 148 minutos para um filme que, a princípio, teve tamanho prólogo televisivo? Os diálogos se arrastam e consolidam uma moralidade da qual o quarteto sempre foi despido. As situações não são engraçadas e, por diversas vezes, é possível ficar constrangido.


Difícil criar alguma empatia com Carrie Bradshaw, talvez a melhor personagem feminina de uma série de TV em muitos anos e, sem dúvida, da carreira da (quase) inexpressiva Sarah Jessica Parker. Carrie parece uma pós-adolescente problemática que só pensa no casamento luxuoso e se esquece do motivo por que vai se casar. Arrogante e mimada, soa como aquela garotinha insuportável de “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (1971) que tudo quer, a todo momento, não importa como. Nem parece a interessante jornalista cujos conflitos eram tão interessantes de acompanhar.

O pior de Carrie, porém, é o figurino, assinado por Patrícia Field, que fizera um excelente trabalho em “O diado veste Prada” (2006). Tudo bem que nem sempre em filmes cujo verniz é o universo fashion as roupas que os personagens usam devem ser impecáveis ou as últimas criações dos mais celebrados estilistas. Quando, porém, os mesmos festejados criadores decidem dar seu toque especial às obras cinematográficas, a partir de convites milionários e campanhas gigantescas na mídia, espera-se algo de bom.


Não é o que se vê. Os colaboradores conseguiram fazer coisas absolutamente pavorosas, como a roupa que Carrie usa logo na cena de abertura. Você não lembra? Eu descrevo: trata-se de um vestido superflor – com uma imensa imitação de dália, talvez? –, com brincos de diamantes, bracelete Tiffany, carteira amarela e sandálias Dior. A combinação é pior que um mosaico multicolorido que causa dor de cabeça e só não perde para a bolsa em formato de Torre Eiffel que a protagonista usa quando vai conhecer com Big (Chris Noth) seu futuro apartamento.

O guardarroupa tem essas pérolas, todas cortesias de grifes do calibre de Prada, Valentino, Calvin Klein e Gucci. O que faz, porém, ser quase tudo tão estranho? A mistura exagerada de acessórios e peças. Carrie assume uma persona cafona que também não remete ao seriado, e daí pode-se concluir que, ao envelhecer, a mulher nova-iorquina do século XXI também vai ficando mais mal vestida. Com muita bondade, dá para entender que a, digamos, extravagância da personagem no modo de se vestir expressa seu modo de ser. Hum, será?

As outras personagens, porém, acertam mais do que erram. Miranda Hobbes (Cinthya Nixon) e Charlotte York (Kristin Davis) desfilam com belos vestidos, florais ou de gala, em várias cenas, sempre acompanhados de sapatos cujos tons discretos compõem um visual que, se não é ameno, também não incomoda. Miranda, a mais elegante – embora, no filme, moralista até a morte –, serve como manequim para belas criações de Carolina Herrera, Maggie London e Alberta Ferreti. Seria um pecado perder a oportunidade de explorar o fascinante mundo da moda nesse filme. Merecem destaque, também, os vestidos de noiva que Carrie usa para um ensaio fictício da “Vogue” no filme.

Há, contudo, muitos problemas de estrutura e roteiro. O consumismo assumido das quatro amigas é tão banalizado que se torna doloroso ver Samantha Jones (a estonteante Kim Catrall) cheia de sacolas desfilando nas mais caras ruas dos Estados Unidos. Impossível não associá-la a adolescentes que protagonizaram parecidas cenas, bem mais interessantes, em filmes passados; verdadeiras patricinhas que, pela proposta, não ficaram tão ridículas, como Reese Whiterspoon nos dois “Legalmente loira” (2001 e 2003) e a Anne Hathaway no já citado “O diabo...”. A frivolidade que antes era engraçada se torna desprezível. São as pobres mulheres ricas e seus melodramas elitistas, tão distantes e, nesse caso, distanciados do público.

Ficam fora de lugar também as citações literárias para justificar o ofício de Carrie, o culto às bolsas caras da Louis Vuitton – que se torna exagerado e fútil demais –, a simplificação dos conflitos femininos (que eram o maior trunfo da série) e a direção, que nunca acerta o tom. Quem se sai bem, curiosamente, é a dublê de atriz Jeniffer Hudson, vencedora do American Idol e de um Oscar prematuro por “Dreamgirls – Em busca de um sonho” (2007). Pela simpatia do personagem, ela acaba ofuscando a incongruência da patroa - sim, ela de novo, Carrie.

Se você quer se divertir vendo mulheres modernas, engraçadas e inteligentes, destilando seu veneno e observações sobre o mundo, sexo, moda e trabalho, recorra à série completa, toda disponível em DVD. É mais emocionante e tem muito mais estilo.

Sex and the city
EUA, 2008
De Patrick King
Com Sarah Jessica Parker, Kim Catrall, Kristin Davis, Cynthia Nixon, Chris Noth.
Comédia, 148 min.

Tecnologia, Comunicação e Moda

O curso de Moda da Universidade da Amazônia (Unama) promove na noite desta segunda-feira, dia 14, às 18h, no campus da Alcindo Cacela, a 4ª edição do Café com Moda. Desta vez, a mesa redonda, atividade da disciplina Fundamentos Sócio-Antropológicos em Moda, terá como tema “Blog: tecnologia, comunicação e moda”.

O objetivo é discutir sobre essa ferramenta de comunicação, usada como vitrine de ideias, projetos e produtos. Ao contrário de ser uma conversa sobre as teorias que discutem as novas mídias, o Café será um intercâmbio de experiências, uma troca de ideias com aqueles que também utilizam o blog como vitrine.

A Cadicoisa está entre os convidados para o bate-papo e participa do evento com o designer Klébeson Moura, e os jornalistas Isaac Lôbo e Mari Chiba. A jornalista Jéssica Souza, do blog Repórter de Sandálias, também participa da mesa redonda. Na ocasião, a plateia terá a oportunidade de conhecer o Fazendo Moda, blog criado como espaço de exercício para os alunos do 5° semestre, na disciplina Jornalismo de Moda.

Pós-graduada em Abordagem Textual e blogueira há dois anos, a jornalista Jéssica Souza compartilhará com a plateia as experiências vividas por meio do blog Repórter de Sandálias, onde os relatos vão além do registro pessoal e buscam provocar seus leitores com reflexões sobre o cotidiano.

Sócios da Cadicoisa, Isaac Lôbo, Mari Chiba e Klébeson Moura apresentarão um pouco deste blog. Mais do que exbir produtos, o cadicoisa.blogspot.com tem companhado o movimento da moda, cultura, arte, música, fotografia, entre outros.

Serviço: O Café com Moda será nesta segunda-feira, 14, às 18h, no auditório B-100, no campus Alcindo Cacela.

Fonte: Fazendo Moda - http://www.fazendomodanaunama.blogspot.com/

sábado, 12 de setembro de 2009

O ontem e o hoje das visagens e assombrações de Belém

Por Andressa Gonçalves
Foto: Fabrício Nunes / Reprodução

A Matinta Perera, o Lobisomem, a Moça sem Face e a Mulher do Táxi são alguns dos personagens que compõem o cenário da literatura oral amazônida. Contadas em conversas de "porta de casa", as histórias sobre visagens e assombrações atraíam a atenção do belenense, funcionando como ótima forma de entretenimento de uma sociedade que desconhecia o "tempo moderno".

O devenir da história da humanidade trouxe ao mundo a Primeira Guerra Mundial e o início dos meios de comunicação; a Revolução Industrial e a produção em massa; o fim da Guerra Fria e expansão do sistema capitalista, até que, na casa dos paraenses, chegou a televisão.

A programação televisiva reteve em casa o povo que antes ia à porta conversar. Os galãs das novelas roubaram o protagonismo antes pertencente aos personagens das macabras histórias de Belém. Das casas, as pessoas mudaram-se para condomínios verticais e se acostumaram com o individualismo, afastando-se do convívio com outras pessoas. Paralelamente, o Lobisomem, a Moça sem Face e a Matinta Perera foram esquecidos.

Ao observar a escassez da literatura oral no cotidiano belenense, Walcyr Monteiro, escritor, presidente do Centro Paraense de Estudos de Folclore, jornalista e amante da literatura oral, reuniu, em "Visagens e assombrações de Belém", 25 histórias que constituem o imaginário local, incluindo um rico material sobre o "Culto das Almas", prática religiosa exercida até hoje em Belém.

O autor, que se denomina apaixonado pela Amazônia, nasceu e cresceu na “Belenzita” de 200 mil habitantes, ouvindo os mitos amazônicos que diariamente constavam como pauta na conversa dos adultos, sempre depois de discutirem sobre o noticiário do dia. "A essa altura, Belém tinha apenas uma emissora de rádio", diz o escritor.

No jornal "A Província do Pará", Walcyr Monteiro iniciou seus escritos sobre as visagens e as assombrações de Belém, a fim de preservar o universo da cultura regional, que se tornara volátil. "As lendas e os mitos funcionam como elementos de instrução. Sempre haverá alguém para contar histórias e sempre haverá alguém para ouvi-las", diz.

“Visagens e assombrações de Belém” não traz somente o resgate de uma identidade cultural. O livro revive uma Belém com clima de misticismo, retornando a uma época em que os temores da sociedade não iam além de aparições fantasmagóricas. A relação entre o fantástico e o real resulta em uma leitura gostosa, oferecendo ao leitor um conhecimento acerca da história da cidade de Belém - uma história saída diretamente do imaginário popular, das ruas da cidade, por pessoas que afirmam ter testemunhado os fatos documentados por Walcyr Monteiro.
“As incríveis histórias do caboclo do Pará” e “Visagens, assombrações e encantamentos da Amazônia” são outros títulos do escritor, que constituem um acervo com alguns exemplares em japonês, espanhol e inglês, lançados no exterior.

Apesar de grande parte da população ter perdido o contato com a literatura oral, muitos ainda lembram e têm suas versões sobre essas histórias, ou relatam novos acontecimentos, envolvendo personagens dos mitos já conhecidos.

Culto das Almas - Mas não só as visagens e as assombrações são importantes culturalmente para Walcyr Monteiro. A mesma importância é atribuída ao “Culto das Almas”, igualmente documentado no livro. O rito é uma prática antiga, realizada todas as segundas-feiras, nos dois principais cemitérios de Belém - o de Santa Izabel e o da Soledade. Este último apresenta características peculiares: é localizado no centro da cidade e já se encontra inativo para enterros há muitos anos. Durante os cultos, as pessoas pedem graças às almas, as quais intermediam as conversas com Deus.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Game Design

Repassar conhecimento sobre metodologia e técnicas na construção de jogos e soluções baseadas em diversão. Esse é um dos objetivos do curso Funchitecture - Construindo Diversão, uma boa oportunidade para o pessoal que trabalha ou pretende atuar na área de projeto de games. O curso será ministrado em Belém agora no mês de setembro pelo designer de games Felipe Teobaldo.

Veja o cartaz de divulgação a seguir e não perca essa partida!


Mais informações: http://atocriativo.org/gamedesign.

Peças Celeste Heitmann em exposição




Fotos de Bob Menezes

Exposição comemora 25 anos de arte de Celeste Heitmann

As belezas e mistérios amazônicos que inspiram Celeste Heitmann estão em linhas de joias e bolsas, que serão expostas em uma mostra comemorativa aos 25 anos de criações da artista. A exposição "Celeste Heitmann: arte e design" será aberta nesta quinta-feira (10), às 19 horas, no Espaço São José Liberto. Na mostra, dez joias em ouro, prata e gemas, e 20 bolsas.

Celeste começou na pintura e passou a aplicar a técnica em bolsas, que têm como diferencial a exclusividade - pintadas em seda e coador de café. Depois de ter seu trabalho reconhecido e comercializado em outros países, a artista começou a produzir joias, que se destacam pela criatividade e valorização das gemas minerais.

Promovida pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia / Polo Joalheiro do Pará, e governo do Pará, por meio da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect), com apoio do Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia e agência Norte Comunicação, a exposição segue até o dia 27 de setembro, aberta de terça a sábado, de 9 às 19 horas, e aos domingos, de 10 às 19 horas. A entrada é franca.

Para conhecer mais o trabalho de Celeste Heitmann, acesse www.celesteheitmann.com.

Fonte: Ascom – Igama / Imagens: reprodução